terça-feira, 19 de junho de 2012

Um adorável e válido "Ctrl c" "Ctrl v" em Natália Klein.


"Já faz quase três anos", ele disse, num tom simpático. "Não é possível que você ainda tenha raiva de mim!"

"Bom...", tentei contra-argumentar, "não é que eu não goste de você... mas odiar é uma palavra forte, você não acha?"
"Como assim, eu não falei odiar."
Prossegui, sem prestar muita atenção no que ele dizia: "Ninguém aqui tá falando de nojo. Eu não sinto ânsia de vômito toda vez que alguém menciona seu nome numa conversa de bar."
"Quê?"
"Não é que eu olhe pra você e queira socar essa sua cara estranha e desproporcional até ela ficar ainda mais estranha e desproporcional, se é que isso é possível. Quer dizer, eu disse em algum momento que sentia vontade de cuspir em cima de você? Calma aí, né?! Vamos ser sensatos. Não é como se eu desejasse que seu corpo entrasse em algum tipo de combustão interna e você explodisse e começasse a pegar fogo do nada. E depois você ficasse correndo de um lado pro outro, em chamas, urrando de dor, feito um demente dos infernos, que de fato você é. Seu demente dos infernos."
Ele ficou mudo.
Eu sorri e dei dois tapinhas em seu ombro, como quem diz "desejo tudo de melhor pra sua vida". Vocês sabem, não sou de guardar rancor.



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