quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A verdade é que a culpa é toda da praga do processo indígena.

Existe um processo em minha mesa desde que cheguei no presente local. Na verdade, o processo existe à muito tempo, só foi mudando de mesa no decorrer dos anos. Tenho certeza absoluta de que esse bendito processo chegou aqui por volta de 1500 com os portugas, na mesa de Pedro Álvares Cabral, mais conhecido como Pedrinho do Processo. Algum branquelo metido a besta deve ter adentrado as terras de Vera Cruz e quisto cortar um pau-brasil e então, um índio muito sabido e visionário, pensou em abrir um processo na época. Pelo visto ninguém deu muita bola pro processo, ou pro índio, já que hoje quase não existe mais pau-brasil. Tentativa falha e frustrante que me deixou com um quase-papiro em minha mesa, ali no canto, não podendo ser resolvido por inexistência do índio, ou da árvore. Jogado à margem da solidão, sem um outro processo qualquer pra lhe fazer companhia, um documento verdadeiramente encalhado, banido pela sociedade processual. Triste pensar que existe coisa dessas, um processo sem qualquer amor, coisa muito incomum na vida de algumas pessoas, como por exemplo na minha vida bem resolvida e ótima, que vive cheia de amores e nada de documento encalhado, sempre cheia de alegrias e vários outros "processos" disponíveis, uma beleza, pena que não é verdade. A verdade é que o processo tem a mim e eu tenho ao processo. Nos completamos, somos nós e mais ninguém (por pura falta de opção de ambos), uma relação linda de cumplicidade e carinho, onde eu não abdico do documento e ele... 

...Bom, ele nada. Ele não poderia fazer nada por mim, já que não passa de papel. Pelo jeito quem tá ótimo na história é o documento, que fica aqui na mesa, guardadinho, quietinho, sem aborrecimentos, sem ninguém pra lhe encher seu saco de papel e por se tratar de um documento, não deve muito ligar pra solidão que o circunda. A verdade é que o processo tá muito melhor que eu. Devo ser alguma descendente de Cabral e os índios da época, com raiva da supressão do pau-brasil, lhe rogaram essa praga da "encalhadez"que sucedeu  nos descendentes e chegou até mim. Mas como eu sou uma badass, desafiarei a praga indígena e ancestral e contratarei um desses namorados de aluguel. 

Interessados barateiros, favor entrar em contato no tel: 0800-55-5050. De preferência, venham entregar seus currículos, proclamando a alegria após discar o número ou simplesmente dizê-los em voz alta e com uma pizza portuguesa nas mãos. Gradecida.  



segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Conversa de sanatório por pura embriaguez pós Dexter

-Veja bem, tenho um segredo que jamais revelei a alguém.
-Segredo, como assim segredo? Que segredo?
-Se eu te contar, você jura que não conta pra ninguém? Isso seria um caso de polícia.
-Te juro, mas conta logo, porra.
-Talvez se eu te contar, você não queira mais sair comigo.
-O que poderia ser tão ruim assim? Não vou te julgar.
-Sou uma Serial Killer.
-Como assim? (muitas gargalhadas)
-Sério, eu sou mesmo uma Serial Killer. Eu mato pessoas.
-Como assim mata pessoas? (sem mais gargalhadas)
-Olha, eu acho que estupradores e pedófilos merecem morrer, então eu os mato.
-Como assim merecem morrer, como assim estupradores e pedófilos, do que você tá falando?
-Não precisa acreditar, mas eu mato as pessoas que se encaixam no meu código.
-Código? Que porra é essa de código?
-Sim, tenho um código e sigo meu código a risca. Mato estupradores e pedófilos.
-Não te julgo, eu te entendo. Mas porque você nunca matou o falecido? Eu te ajudaria.
-Apesar de o falecido não estar morto de verdade e eu ter essa imensa vontade de esfatiar o filho da puta, ele não se encaixa em meu código. Essa festa mesmo, tá cheio de pedófilo.
-Pedófilo aqui? Aonde?
-Olha atrás de mim, o cara vestido de zorro. Ele é um pedófilo e é o próximo da minha lista. 
-Você tem certeza? Eu trabalhei com esse cara, ele não parecia ser pedófilo.
-Sim, ele é e vai morrer.
-Ok, eu te ajudo, agora vamos lá pra dentro dançar, depois tratamos do presunto.


domingo, 19 de agosto de 2012

Um brinde de Enxak àquela dor.

Domingo: palavra que automaticamente costuma ser associada pelo cosmo, como: vamos inserir AQUELA enxaqueca desvairada na célebre Carolina, que de jeito adolescente que faz enlouquecer, não tem absolutamente nada. Nunca vi coisa igual, posso passar o ilustre sábado sem colocar uma gotícula de álcool em minha boca que mesmo assim, a dor de cabeça no domingo já pré-estabelecida, cisma em aparecer. Eu provavelmente devo ter provocado uma urucubaca braba em alguma mula sem cabeça e agora toda essa tortura, não passa de um feitiço de vingança. Caso algum desavisado passasse por mim, certamente iria me confundir com alguma réplica feminina e paraguaia de Chico Xavier, sentada, com as mãozinhas de vidente forçando o encéfalo e os olhos fechados de dor, provavelmente com tanta dor eu já devo ter tido umas trinta visões com possíveis formas de suicídio, mas por enquanto não as porei em prática pelo bem da humanidade, que ainda precisa que eu faça alguma coisa no mundo, que não seja viver coçando o saco que eu não tenho enquanto tomo uma coca-cola, porque detesto cerveja. Nem pra isso o domingo serviria pra mim. Imitar um desses canastrões maneiros, dos quais eu não julgo nem um pouco, pois se eu fosse homem faria igual, colocando no futebol da tarde, tomando uma cerveja e relaxando. Adoro futebol, mas em hipótese alguma conseguiria assistir uma partida inteira com esse incomodo infernal que atinge minhas idéias. Em hipótese alguma eu conseguiria fazer qualquer coisa com esse encosto sentado sobre minha face. Vamos lá desperdiçar mais um domingo, que já não é lá aquelas coisas, pra aquela enxaqueca dos infernos. 

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Enfm, SEXTA FEIRA!

FINALMENTE, sexta feira chegou. Até 5 horas essa sexta feira pode muito bem ser confundida com uma segunda, já que expediente é tudo igual, mas querendo ou não, hoje é sexta e não segunda e amanhã é o queridíssimo e aguardado sábado sagrado de festas, bebedeiras e que de sagrado não há absolutamente nada, já que nem dia oficial de missa é. Porque assim, dia oficial de missa é no domingo (não que eu vá todo domingo). Depois das 5hs eu poderia sair sem rumo por ai, talvez ir pra cidade grande visitar o shopping, talvez ir tomar uma caipirosca com os amigos, eu poderia descer pra praia e tentar ter um papinho com Iemanjá de novo, acertar as coisas com a Rainha do Esgoto, emprestar minha chapinha e meu vestido roxo pra ela, oferecer um camarão na moranga, um peixinho frito, eu poderia fazer váááááárias coisas. Provavelmente eu vá voltar pra minha casa e dormir porque acordei muito cedo, aí lá se foi a sexta feira, perdida para o cansaço da labuta. Como somos humanos mesmo havendo controvérsias muitas vezes da minha parte, há o sábado. Deus com sua ingenuidade demasiada quando criou a sexta feira, pensou: coitado do homem e sua costela (nós), são seres de coração tão bom, honestos, humildes e sinceros! Dar-lhe-ei um dia de sossego: eis o sábado. O dia de sossego então tornou-se o honrado dia de fazer esquenta com churrasco  desde o acordar pra então emendar num baile funk na madruga, onde o sábado termina com pessoas vomitadas, caídas em valetas, dormindo. Domingo é o dia sagrado, aquele que magicamente te confunde e se aproveita da sua ignorância em excesso e do seu ainda estado alcoólico de sábado. Você acorda se perguntando que caralhos aconteceu no dia anterior, mas finalmente é domingo, aquele que você nunca sabe se é o último ou o primeiro dia da semana. Entre dores de cabeça infernais e vômitos de dia seguinte, o domingo se torna aquele dia incrível com aquele sol horrendo que insiste em esquentar a sua cabeça que já possui sérios problemas enquanto você volta pra sua casa, ainda cambaleando, e com hematomas assustadores e intrigantes da noite anterior. Esse processo de ressaca, geralmente leva o sétimo/primeiro dia da semana avassaladoramente, é abismante a rapidez com que o domingo insiste em passar e então você dorme e dorme e dorme e perde a hora de ir pro trabalho na segunda e na terça e na quarta e na quinta e finalmente na sexta, onde você ingenuamente pensa: Enfim, SEXTA! E não se lembra do trágico procedimento degradante, que realmente é o tão honrado fim de semana.  

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Relato desinteressante à beira das 17.

Não, nada disso interessa a qualquer ser humano entediado ao extremo que esteja perdendo seus preciosos minutos lendo meus relatos egocêntricos e pessimistas, mas, já que o propósito inicial de mergulhar em mais uma dessas infinitas redes anti-sociais foi de lamentar a vida em um website, cá estou eu, o fazendo novamente. São 16:34hs de uma sexta-feira não 13, mas sexta, e a tão aguardada e querida 17hs fim-de-expediente não chega de jeito nenhum. Com certeza foi algum funcionário não-público que trabalha até as 16hs que fez o favor de rogar essa praga da lentidão do tempo em todos nós que aqui estamos e que não esperamos por mais nada além das 17hs. Mandinga braba. Talvez seja necessária pra urucubaca dar certo, uma tartaruga preta, uma lesma peluda, um avô de cento e dois anos e um filho da puta que quer sacanear todos os funcionários nesta cidade presente e que conseguiu todos os ingredientes da cessada nas horas. Faz cinco horas que são 16:34 e o tempo tá vomitando bullying na minha cara. Pô, sexta feira véspera de festa e o relógio não se move. Nem o sol anda se pondo! Que macumbaria é essa?

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Dada ao vício de se meter

Quando eu digo que sou dada ao vício de me meter, eu não me refiro ao ato contundente e metafísico de aderir tal verbo (sexualmente falando), ou seja, não me refiro à putaria em geral. Me refiro às minhas constantes intromissões nas brigas alheias quando há um relevante índice alcoólico em questão (ou não). Me refiro também às variadas vezes em que não sou chamada na conversa, QUALQUER CONVERSA, mas pra não ficar de fora já vou logo contando sobre a minha vida (sim, porque ficar com aquela cara de pato assado perto dos colegas dos seus amigos que não são seus colegas, é coisa do passado. Já inventaram uma nova definição para educação social nos dias de hoje, conhecida como: SE SOCIALIZAR, mesmo que seja se intrometendo.) Geralmente eu não me recordo que apartei uma briga na festa do dia anterior, ou que joguei mais lenha na fogueira (o que é bem mais a minha cara), também não percebo que contei pra sobrinha da filha da nora do primo do genro da caseira, que saí com fulano que era filho de sicrano, casado com beltrana que traiu o marido. O fato de beltrana ter traído o marido é um relato essencial na explicação, já que todo mundo só é reconhecido por seus vexames (devo ser bem conhecida por ai..) A questão é que o vício de me meter não é minha culpa, o maior culpado pelas minhas excêntricas intromissões são os fatores que circundam os fatos. Eu não me meteria em uma história onde não houvesse nenhum fato notoriamente infeliz, ou comicamente trágico. Certamente não iria chamar minha atenção se você ganhasse uma promoção na empresa e se casasse com um príncipe. Talvez eu me interessaria caso ficasse sabendo que a promoção foi em troca de várias rapidinhas em anos com o chefe, ou descobrisse que seu príncipe é gay, meu negócio é tragédia Muhahaha. Também não prenderia meu foco qualquer fato onde as personagens reais fossem de outro continente e desconhecidas, obviamente eu não quero saber sobre a vida de quem eu não conheço. É como se um padeiro na fila do açougue de uma cidade no Paquistão, virasse repentinamente para mim e começasse a dizer que Yin não era mais Yin e virou Yang. (yin yang yo - isso dói). Ok, talvez se o padeiro  paquistanês começasse a falar sobre a mudança de sexo e cor do coelho, eu me interessasse sim, mas eu com certeza não me interessaria se fosse sobre a mudança de sexo e cor de um coelho qualquer perdido numa floresta, até porque ele provavelmente não iria durar muito já que algum vampiro vegetariano iria estraçalhar o pobre coelhinho viadinho e colorido. A questão aqui é que se você não quer que eu me meta ou comente, mesmo que por fora, sobre a sua vida, não faça algo hilariamente comprometedor perto de mim ou que vai cair na rede, e não seja meu amigo pessoal! Dependendo do meu nível alcoólico eu provavelmente também não estarei nem aí se você é meu amigo, inimigo, conhecido ou ser aleatório que eu nunca vi antes, irei  comentar, sacanear e te bullynar até você chorar, ainda mais se for sexualmente comprometedor, porque cê sacomé né, o povo malda e se fazem tudo isso comigo, porque é que eu não faria com os vocês? Eis o velho ditado: Aqui se fala, aqui se ouve! Me adequei à sociedade local.



sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Sobre o sonho de experimento extraterrestre.

Ela queria ir, ele não. Na verdade, ele era mais um típico mala sem alça, desses pedra no sapato que nunca querem ir a lugar algum, nunca. Um brocha! O relacionamento nunca foi dos mais sérios, ela se esbaldava pelos bares na madrugada enquanto ele criava formas de prendê-la a qualquer custo, mas ela foi! Foi com tudo, foi decidida, foi sem rumo, destinada a se perder em meio aos inúmeros copos e corpos ardentes que muito se vê por ai. Ela foi.
Oito da manhã, com uma vertigem de vadia louca, dores desconhecidas pelo corpo torto, roupas que não eram dela, (aliás, total ausência de suas roupas) acordou sem saber onde estava ou o que havia acontecido, começou a gargalhar desordenadamente por sua frequente falta de memória, olhou para o lado e se deparou com alguém. Não era ele ou qualquer outro flagelado com quem infelizmente se deparava nas noites, tratava-se de um bode que berrava sem parar em sua cabeça latejante. O bode intrigante a encarava desordenadamente e exauria seu cheiro nada agradável. Seu corpo coçava e enquanto  retirava a folhagem, serragem e vestígios de palha espalhadas pelas suas roupas e partes, tentava entender o que se passava, não havia nada ou ninguém por perto. Estava num celeiro distante e estranho, com inúmeras galinhas a sua volta e um bezerrinho tentando mamar em seus seios. Se levantou cambaleando e percebeu que faltava uma perna em seu corpo, deu um berro horrendo que agitou os animaizinhos ali presentes e tomou um coice de um touro brabo, que até então havia confundido a moça com a vaca mãe do bezerro. Pensava a Bela:
-Talvez eu seja uma lobisomem e tenha me transformado com a lua cheia de ontem, se é que ontem realmente existiu..
-Talvez eu tenha sido raptada por tartarugas ninjas ou vampiros e fui abandonada nesse lugar..
- Possivelmente eu esteja sob efeito de algum chá que tomei, existem muitos estrumes por essas bandas e muitos cogumelos nascem nesses ambientes! Não sei.
Enquanto se martirizava e imaginava mil e uma histórias que podiam ter lhe acontecido, lembrava apenas que  na noite passada abandonou seu namorado bobo da corte e foi, foi sem rumo e desgovernada. Tão desgovernada que não fazia ideia nem mesmo a qual governo pertencia naquele momento, ou em qual País estava. Avistou uma câmera! Uma câmera com formato de bala de yogurte que girava continuamente em sua direção a deixando cada vez mais tonta e enjoada. Sem uma perna para correr, vomitou no primeiro animal que viu, era um ganso. A piranha desgovernada afogou o pobre ganso. Limpou seu rosto e percebeu que tinha um fucinho, aquilo não era normal, já havia dado falta de uma perna e agora seu nariz grande e pontudo havia se tornado um fucinho? Aquilo realmente não era obra de Deus. Horrorizada, agora sem tantas gargalhadas, começou a correr, perdão, pular rapidamente feito um saci pra longe daquele celeiro do capeta, quanto mais pulava, mais os animais berravam e a encaravam. A vadia não mais bebada, apenas louca chorava desesperada suas lágrimas de crocodila, foi quando avistou alguém. Uma sombra tinha pulado pra trás de um dos incontáveis cupins de abelhas (sim, de abelhas) com tamanha agilidade que a moça dada a diversões nada recatadas, conseguira ver apenas uma sombra verde de alguém pequeno. Seria um gnomo? Àquela altura do campeonato, não duvidava de mais nada. Estava apreensiva e com medo de que as abelhas a perseguisse e a coitada caísse de cara no chão como um cotoco despernado. Mas guerreira que só, caminhou, minto, quicou até o cumpimcoméia.
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! Gritou.
Desesperada, tentou fugir quicando, rastejando, imitando uma minhoca rapidamente em direção oposta depois do que havia enxergado. Como ainda lhe sobrava mãos, coçava seus olhos vermelhos e pelo branquinho com rapidez e se beslicava pensando estar em um devaneio desses sonhos medonhos. Não era um gnomo, Era seu desprezado namorado, agora verde e baixinho com uma voz estranha, olhos pretos e grandes, cabeça oval e dedos enormes. Seu namorado desprezado na verdade era um ETE disfarçado e a moça biscate sem perna e fodida era seu trabalho de conclusão de curso na Terra. Ela era um experimento e ele possuía um tranquilizante. Via triângulos azuis, índios em árvores, bolhas de sabão com o rosto do Lombardi e lentamente foi acordando de uma sensação estranha de dopagem. Estava em cima de uma mesa, acorrentada com uma roupa de papel alumínio e um pára-raio na cabeça, enxergava pouquíssimo com seus olhos puxados que lembravam vaginas, no demais imaginava bastante. Conseguia visualizar uma coisa grande, comprida e verde que ia e vinha numa frequência agil, sentia algum incômodo, mas nada que já não haveria sentido em inúmeras noites a fio, às vezes até três vezes a noite. Era uma SERINGA diferente agulhando seu traseiro , que perfurava e saía na tal frequência ágil afim de incumbir todo o líquido roxo com efeito laxativo que certamente fazia parte de algum processo científico extraterrestre. A moça estava inteiramente cagada. Olhou para o lado e avistou sua perna perdida balançando num recipiente de vidro ao lado de seu nariz grande e pontudo que se movia pra lá e pra cá como uma barata tonta sem olhos que tenta sair de uma armadilha. Talvez estivesse em Júpiter, não sabia ao certo. A nave espacial continha apenas uma janela que mostrava o espaço sideral e a lua cheia com suas crateras gigantes e extremamente próximas do disco voador. Pensou ter visto São Jorge e o Dragão, mas na verdade era apenas o pequeno príncipe com sua rosa. A lua crescia cada vez mais, a moça toda retalhada sentia uma coisa estranha em seu corpo, seu pelo branquinho e olhos vermelhos começaram a crescer e tomar proporção, seu fucinho criou dentes gigantes e sanguinários, cresciam unhas afiadas em sua perna que estava no recipiente de vidro ao lado. A moça era de fato uma lobisomem, uma lobisomem albina e espacial que tomava proporções tão grandes que o disco voador ficou pequeno e poderia ser arremessado que ela iria correndo pegar abanando o rabinho ao estilo "pega rex". O namorado extraterrestre e científico recolheu rapidamente sua seringa grande e verde para dentro de sua calça espacial e tentou correr, mas mesmo perneta as proporções de uma lobisomem são outras, são ágeis e grandes e o ETE bobo da corte logo virou lombo da corte na bocada única que a moça dera. Exterminou todos os ETES ali presentes, quebrou o vidro do disco voador e pulou na lua. Matou a rosa, e não achou o pequeno príncipe que havia fugido rapidamente pro Planeta do rei. Pulou no espaço em direção a Terra e dormiu na queda.
Oito da manhã, com uma vertigem de vadia louca, dores desconhecidas pelo corpo torto, roupas que não eram dela. Acordou sem saber onde estava ou o que havia acontecido, começou a gargalhar desordenadamente por sua frequente falta de memória e decidiu parar de beber.


quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Porque competitividade é pra poucos!

Não sou competitiva, só vejo o mundo dos jogos com olhos diferentes do resto do mundo. Eles ficam com um tipo esbugalhado e brilhante, com raios maquiavélicos escrito: VITÓRIA, VITÓRIA, VITÓRIA, nada mais que isso, super normal! Pra começar, dependendo de quem burramente se aventura ao querer se auto intitular um loser e me desafia na jogatina, eu automaticamente já ajo com descaso e vou na base do café com leite, porque eu sei, você sabe, meus cachorros sabem, meus amigos sabem (apenas os imaginários), o cosmo sabe que eu vou ganhar sem fazer qualquer esforço, é sempre assim, eu sempre ganho. Contente-se em perder pra mim. Com esse frequente sentimento de winner que desenvolvi desde que jogava "lince" com 6 anos, também fui obrigada a desenvolver uma certa humildade e habilidade psicológica (Muhaha...) para utilizar com meus pobres concorrentes, sempre fui dada (não no sentido literal) a ser legal com meus desafiadores, como por exemplo quando eu jogava banco imobiliário TODOS OS DIAS com meu primo de tarde até a noite, além do fato dele ir à falência nos primeiros vinte minutos de jogo, eu também fazia como os créditos dos bancos de hoje em dia, (eu poderia até criar um apelido pra mim de Bárbara do Brasil, ou Banesbara) tirava até o último real do coitado, além de todas as propriedades e ainda deixava que ele me devesse só pelo prazer de continuar vendo o sofrimento de pobreza nos olhos do pobre falido coitado que uma vez chegou a me dever 24 mil reais (equivalentes a todas as notas de 500 do jogo), pelo meu tédio frequente. Uma partida de 20 minutos se estendia por 1 hora até que ele desistisse de vez ou eu cansasse de tanta pobreza na minha frente. Na verdade, essa minha atitude servia de incentivo para a  esperança ao garoto, eu estava naquele momento agindo com cidadania e bom coração e dando uma nova oportunidade de o pobre rapaz se recuperar financeiramente e talvez dever menos ou conseguir comprar alguma propriedade como o Botafogo, por exemplo que custava uns 2 mil. Mas infelizmente meu primo não tinha tino para negócio e acabava se afundando cada vez mais, até que o cansaço apertasse, o tédio de ganhar muito dinheiro chegasse e as lágrimas no olhinho do rapaz devedor começassem. Fui um exemplo de humanidade e incentivo por muito tempo. Também tive meus momentos de glória com o bilhar, quando eu passava madrugadas a fio jogando e fiquei profissa no assunto, ou meus devaneios no detetive quando eu sempre sabia que a assassina na verdade era a Srtª Rosa no Hall com uma corda (mulher demoníaca com cara de biscate. Sim, porque se eu bem me lembro, num jogo para criança de 9 anos havia essa talzinha que além de secretária gostosona, também tinha os peitos quase pra fora num vestido vermelho cor de sangue que já dava a dica do assassinato e um batom chiquérrimo que na época eu consideraria de puta, mas que agora eu acho super válido. Não, não sou puta). Como garota rodada que sou NOS JOGOS (não sexuais, apenas inofensivos), perpassei por muitas mesas de truco até os níveis mais baixos de baralho: tapão (que aliás, eu era rapidíssima também), entretanto, como todo mundo do universo, até como os extraterrestres, eu sempre tive um dom especial para uma certa coisa, enquanto os extraterrestres são excepcionais em fazer sudoku e palavras cruzadas em 0,005 centésimos de segundos, eu na mesma proporção de tempo, completo todas as lacunas de um jogo super importante pra humanidade que tem funções super válidas envolvendo questões educacionais: o STOP! Sério, não querendo me gabar porque eu nunca faria uma coisa dessas, muito menos nessa postagem inteira, (tipo.. nunca!) eu sou um espetáculo no stop, enquanto os seres leguminosos e mal passados com cara de repolho azedo, que jogam comigo ainda estão na fruta, eu já com toda a classe em mim embutida gritei horrendamente STOP por três vezes. Sofri muito bullying na escola por conta disso, quando meus coleguinhas problematicuzinhos e babacas se reuniam pra jogar stop no fim da aula, eu nunca era chamada e se eu mesma me convidasse pra jogar, eles (num ato de humanidade) paravam de jogar na hora e se retiravam. Foi uma época difícil de constantes vitórias e humilhações alheias na minha vida, vou me lembrar PRA SEMPRE das caras de espanto e desespero a cada grito de STOP que eu dava, rindo por dentro dos seres inferiores que se encontravam me desafiando Muhahahahha. Não é que eu seja competitiva, nunca fui! Tudo não passa de uma questão celestial, uma missão a mim enviada pelos céus. Minha missão no mundo sempre foi incentivar os mais losersinhos e ensiná-los o que é perseverança, além também de incentivá-los, claro,  a sempre continuar tentando mesmo com as INCONTÁVEIS derrotas frequentes para mim, e eu juro que não me importo com toda essa bondade em mim inserida pelos céus, eu acredito que se algo foi a ti destinado, você deve abraçá-lo com toda a boa vontade do mundo e caminhar corretamente em direção ao destino que lhe foi dado. Lá em cima o pessoal deve estar super contente com meu exemplar comportamento e compromisso com a obrigação que me foi dada, faço tudo isso com muito amor e carinho e claro, é TUDO POR VOCÊS, sempre. Graças a mim e minhas habilidades excepcionais com os jogos, vocês aprenderão a ser persistentes e esperançosos e nem precisam me agradecer e me pagar por isso (só se fizerem questão). Eu aceitei meu caminho de braços abertos e jogarei muuuuitos jogos com vocês ainda (Muhahahaha), porque vocês sabem né, competitividade e novos desafios são pra poucos!
Até a próxima partida, fui.