Sabe, por esses dias andei pensando muito sobre minha vida.
Na verdade, desde que eu nasci eu penso muito sobre minha vida e se for parar
pra pensar sobre o pensamento, passei minha vida pensando sobre minha vida, mas
isso não vem ao caso, todas essas vidas incumbidas em três linhas rascunhadas
serviram apenas de introdução para o que realmente interessa: Eu! (e minha
vida).
Às vezes penso que tenho um pequeno lapso de egocentrismo
guardado na pontinha do meu lindo fio de cabelo e que muuuito de vez em quando
toma conta de mim, mas é tudo ilusão! A verdade é que eu sou a pessoa mais
egocêntrica que eu conheço e olha que eu conheço muitas pessoas com o ego no
céu por esses bares da vida, mas como o texto é meu e sobre mim, não
prolongarei mais detalhes sobre esses outros egocêntricos, até porque no fato
em questão, eu sou a estrela principal (eu sou uma estrela de luz...)
Olha, funciona mais ou menos assim: Meus olhos (lindos olhos
amendoados) captam uma mensagem à distância (quando não os lindos olhos, os
ouvidos não tão lindos assim se dão tal trabalho) e numa fração de milésimos,
acompanhando a velocidade da luz, enviam uma mensagem subliminar para o meu
cérebro (não tão inteligente assim) que como um pedágio desses que ficam no
meio do tráfego rápido, dá uma decodificadinha básica, acrescenta alguns
tustões e reenvia a mensagem para minha boca que a perpassa para a língua
(grande língua desde que começou a convivência constante com Miguelito) e então
começa a desgraça, inicia-se o show de horrores e a onda futura de
arrependimentos contínuos. É assim que minha sinceridade atual e desvairada
acomete as pobres pessoas (não tão pobres assim) que estão em torno e são
fisgadas pela minha grande língua (culpa de miguelito) repleta de sinceridades.
Não tenho mais modos, perdi a noção das coisas, sou expert em falar baboseiras
verdadeiras demais e me arrepender logo depois, sorte que o orgulho não é tao
infinito e desvairado quanto a tal sinceridade e depois das rápidas alfinetadas
cheias de verdades que ninguém mais ousa dizer, vem aquele “ops, desculpa, foi
sem querer..” (na verdade não foi sem querer, foi sem pensar em repensar,
porque eu penso e solto a bucha sem antes repensar se devo) Ainda estou só nas
alfinetadas, nada de roubar vasos em cemitérios e passar vergonha, né mesmo Ésper?
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