terça-feira, 23 de julho de 2013

Das coisas que só acontecem comigo.

Eis que no meio de um banho fervente, relaxante e pensativo, fui atacada por uma quenga, uma louca, uma feiticeira e ridícula barata sem noção. Aliás, ainda não tenho certeza se aquela bicha escrota era mesmo uma barata, pra mim, a retardada tava mais pra vampiranha. Agora me diz, como garantir a estabilidade emocional de uma pessoa que no meio de seu banho quente de reflexão sobre a mentruação, é atacada subitamente por uma cretina de uma barata? Era banho, tinha água, tava quente, muito quente, porque cargas d'água uma nojenta de uma barata resolve voar, pular, dar um paranauê sinistro e tão forte na minha coxa que me deu um reflexo instantâneo de dar um puta tapa na coxa e perceber que ali havia uma barata, ou pior, ali havia uma mordida de barata (sim, ela me mordeu), além dos vestígios de barata que ficaram na minha mão e no sabonete que ainda resolveu cair sobre o chão embaratado, eca!. Matei a desgraçada com o chinelo, porque graças ao bom Deus hoje resolvi tomar banho de chinelo, quero nem pensar no que seria de mim dentro de um minúsculo box de banheiro de quitinete, presa com uma barata pitbull. Mas uma coisa eu aprendi nessa experiência, NUNCA feche os olhos na hora de lavar o rosto, porque você até pode pensar que quando abrir de volta, vai no máximo dar de cara com um espírito, mas às vezes meu caro, você daria tudo pra dar de cara com um espírito... Barata Quenga! 

sábado, 20 de julho de 2013

Prazer, babau!

Eu poderia escrever sobre como meus finais de semana estão começando na quinta-feira e sobre o milagre da minha sobrevivência à cada sábado que se passa, eu poderia escrever sobre como minha imunidade quase já não mais existe e sobre a enfermidade incessante que me pegou de jeito, eu poderia tentar explicar todos os meus hematomas espalhados pelo corpo, ou sobre o fato de eu ter puxado meu pai no 
alcoolismo e meu irmão na falta de escrúpulos, eu poderia tentar me lembrar por onde andei ontem, talvez eu devesse cumprimentar de volta todas essas pessoas que me cumprimentam na rua sem que eu saiba de onde surgiu tal coleguismo. Mas não, hoje eu só quero que todo esse calor mato-grossense acabe, que chova horrores pra eu poder surfar em algum jacaré e que a minha casa, de repente fique limpa, até porque a louça acumulada na pia já tá grandinha o suficiente pra se lavar sozinha. Pra não dizer que eu não queria pensar em nada, eu queria uma explicação pra constante larica alcoólica que venho sofrendo, é inadmissível que em pleno o século 21 com todas essas tecnologias, comida e álcool ainda engorde, ou a inexistência de um comprimido que acabe com a fome pós brahma e que te martiriza na manhã seguinte te levando a sofrer pelas burradas cometidas e comidas na noite anterior. A tal pomba-gira que se apossa do meu corpitcho encervejado tá esquecendo que de outro plano aqui, só existe ela e que as ações da grotesca refletem sobre a minha denegrida imagem, porque convenhamos, receber o apelido com o nome do beudinho da cidade no primeiro mês de aula não é coisa de gente desse plano. 

Da série: revendo a vida

Quando você perdeu há tempos seu amor que agora tem outro amor, quando você gastou mais de cem pilas numa noitada sem sentido, quando você já não tem mais roupas limpas e as sujas estão de molho há dias esperando sua boa vontade para lavá-las, quando você abre a sua geladeira e encontra água, temperos avulsos de miojo e um leite desnatado chegando ao fim, quando seu ar condicionado vira abrigo de fungos, bactérias e gnomos que além de acabar com seu pulmão, rouba suas meias.. quando você não se lembra da noite passada, ou retrasada.. quando você dá conselhos mas leva a pior vida que poderia levar, quando você tá com saudade da sua mãe te olhando feio porque fez burrada, quando você perde seu batom xodó recém comprado, quando você perde sua bombinha recém comprada, quando você perdeu a compostura há tempos e vive sem freios, quando você clama pela piedade divina lhe enviar só mais um grande amor, quando você tem todo mundo, mas não tem ninguém, quando você chora com o pagode tocando no vizinho e lembra da sua dor, quando você sorri escandalosamente e incomoda, quando você sorri escandalosamente e atrai, quando você perde o peguete pra amiga, quando você não liga de perder o peguete pra amiga e até acha bom porque ele não era lá aquelas coisas, quando você não sabe onde você está, mas tá segura de que nada vai te acontecer, quando nada te acontece, quando você conta com a sorte e se acomoda com algumas situações, quando seu rg tá pior que aquele seu trocado de bêbado achado após 4 dias no bolso da calça jeans suja, quando tudo que você mais quer é trocar de vida ou recuperar a antiga, quando você se sente a pior pessoa desse planeta, quando você se sente a melhor pessoa desse planeta, quando você não consegue finalizar a leitura de um livro que você engoliu as cem primeiras páginas, quando você pensa em aderir o cabalismo, quando você sonha em jogar tudo pro ar e talvez virar hare krishna, quando você abraça mais árvores do que pessoas, quando você sorri pra alguém, quando você xinga alguém quase que instantaneamente, quando você não se reconhece e quando você não tem a menor ideia do que está fazendo é sinal de que alguma coisa tá errada e você precisa urgentemente rever os seus conceitos!