Silêncio na capitais,
a noite dorme um sono de menina, a menina vive uma vida de
mulher.
Está séria, contando os dias, prevendo os passos, não
olhando para trás.
Está só na avenida, com esse tanto de gente envolvida,
porque ela é samba, toda inteira, loura, descabela, louca me trazendo,
incrivelmente, uma singela paz.
E essa menina me tirou do sério, me deu dores no peito, me
fez pensar, errar e acertar.
Já lhe contei que ela samba!? Samba e sonha, sonha em ser
feliz, como todos nós mortais.
Mas, bah! A esse planeta, essa moça quizás pertence, ela
veio só me contar.
As vezes me surpreende com ideias tais... as vezes complica
com fazeres pouco geniais.
E depois acerta, e
erra outra vez, e ri do erro, ou chora, talvez.
Ela se desespera, mas sabe enganar a dor, sabe contornar as
pedras, superar os medos e entender o amor, mas essa menina não se entrega, não
se estraga, esquece e bebe, e canta canções e com os braços me protege, capa
invisível contra a dor, impossível de conjugar, ela surpreende a quem por
aqueles olhos castanhos se deixa embalar.
E ela me ensina letras e sons, e eu faço poemas, vivo
dilemas e outras canções, sobre ela, sobre a vida, que sem rima, sobrevive a
todos os tropeços.
Com tudo que passamos, o que seu, esta aqui, jamais me
esquecerei de ti.
E peço, moça:
Nunca se esqueça de mim.
Pois no fundo eu sempre soube, que seu destino é caminhar
assim...
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