quinta-feira, 28 de junho de 2012

Barbarizando (Uma lembrança de Ana)



Silêncio na capitais,
a noite dorme um sono de menina, a menina vive uma vida de mulher.
Está séria, contando os dias, prevendo os passos, não olhando para trás.
Está só na avenida, com esse tanto de gente envolvida, porque ela é samba, toda inteira, loura, descabela, louca me trazendo, incrivelmente, uma singela paz.
E essa menina me tirou do sério, me deu dores no peito, me fez pensar, errar e acertar.
Já lhe contei que ela samba!? Samba e sonha, sonha em ser feliz, como todos nós mortais.
Mas, bah! A esse planeta, essa moça quizás pertence, ela veio só me contar.
As vezes me surpreende com ideias tais... as vezes complica com fazeres pouco geniais.
 E depois acerta, e erra outra vez, e ri do erro, ou chora, talvez.
Ela se desespera, mas sabe enganar a dor, sabe contornar as pedras, superar os medos e entender o amor, mas essa menina não se entrega, não se estraga, esquece e bebe, e canta canções e com os braços me protege, capa invisível contra a dor, impossível de conjugar, ela surpreende a quem por aqueles olhos castanhos se deixa embalar.
E ela me ensina letras e sons, e eu faço poemas, vivo dilemas e outras canções, sobre ela, sobre a vida, que sem rima, sobrevive a todos os tropeços.
Com tudo que passamos, o que seu, esta aqui, jamais me esquecerei de ti.
E peço, moça:
Nunca se esqueça de mim.
Pois no fundo eu sempre soube, que seu destino é caminhar assim...

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