Estranho mesmo é ver tanta dor, tanto ressentimento, tanto
angústia, tanto ardor nos olhos de outrem. Funciona mais ou menos assim com o
amor, ou você tem ou não tem, e quando você tem demasiadamente esse mesmo que
não seja o próprio, você conseqüentemente alimenta um possível futuro rancor
que ainda não chegou, mas chegará e será tão brutal quanto o ópio. É fatídico o
tal, tão fatal e tão normal, que foge do real, te condiciona ao estado
irracional, em segundos te transforma em imortal e logo em seguida te rasga num
corte frontal e exposto, desses que dá tamanho desgosto que traumatiza, passa
dia e dia e sua dor não ameniza, só piora e você implora pra que ela vá embora.
Um dia vai, e você pensa que estranho mesmo é ver tanta dor
nos olhos de outrem, essa mesma dor que já muito sentiu e que hoje não mais
tem. No lugar apenas um “porém” de dúvida questionadora: Então não sou mais
refém?
Vem, sente esse alívio pequena, que como diziam outros,
desespero nunca resolveu problema!