quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Dada ao vício de se meter

Quando eu digo que sou dada ao vício de me meter, eu não me refiro ao ato contundente e metafísico de aderir tal verbo (sexualmente falando), ou seja, não me refiro à putaria em geral. Me refiro às minhas constantes intromissões nas brigas alheias quando há um relevante índice alcoólico em questão (ou não). Me refiro também às variadas vezes em que não sou chamada na conversa, QUALQUER CONVERSA, mas pra não ficar de fora já vou logo contando sobre a minha vida (sim, porque ficar com aquela cara de pato assado perto dos colegas dos seus amigos que não são seus colegas, é coisa do passado. Já inventaram uma nova definição para educação social nos dias de hoje, conhecida como: SE SOCIALIZAR, mesmo que seja se intrometendo.) Geralmente eu não me recordo que apartei uma briga na festa do dia anterior, ou que joguei mais lenha na fogueira (o que é bem mais a minha cara), também não percebo que contei pra sobrinha da filha da nora do primo do genro da caseira, que saí com fulano que era filho de sicrano, casado com beltrana que traiu o marido. O fato de beltrana ter traído o marido é um relato essencial na explicação, já que todo mundo só é reconhecido por seus vexames (devo ser bem conhecida por ai..) A questão é que o vício de me meter não é minha culpa, o maior culpado pelas minhas excêntricas intromissões são os fatores que circundam os fatos. Eu não me meteria em uma história onde não houvesse nenhum fato notoriamente infeliz, ou comicamente trágico. Certamente não iria chamar minha atenção se você ganhasse uma promoção na empresa e se casasse com um príncipe. Talvez eu me interessaria caso ficasse sabendo que a promoção foi em troca de várias rapidinhas em anos com o chefe, ou descobrisse que seu príncipe é gay, meu negócio é tragédia Muhahaha. Também não prenderia meu foco qualquer fato onde as personagens reais fossem de outro continente e desconhecidas, obviamente eu não quero saber sobre a vida de quem eu não conheço. É como se um padeiro na fila do açougue de uma cidade no Paquistão, virasse repentinamente para mim e começasse a dizer que Yin não era mais Yin e virou Yang. (yin yang yo - isso dói). Ok, talvez se o padeiro  paquistanês começasse a falar sobre a mudança de sexo e cor do coelho, eu me interessasse sim, mas eu com certeza não me interessaria se fosse sobre a mudança de sexo e cor de um coelho qualquer perdido numa floresta, até porque ele provavelmente não iria durar muito já que algum vampiro vegetariano iria estraçalhar o pobre coelhinho viadinho e colorido. A questão aqui é que se você não quer que eu me meta ou comente, mesmo que por fora, sobre a sua vida, não faça algo hilariamente comprometedor perto de mim ou que vai cair na rede, e não seja meu amigo pessoal! Dependendo do meu nível alcoólico eu provavelmente também não estarei nem aí se você é meu amigo, inimigo, conhecido ou ser aleatório que eu nunca vi antes, irei  comentar, sacanear e te bullynar até você chorar, ainda mais se for sexualmente comprometedor, porque cê sacomé né, o povo malda e se fazem tudo isso comigo, porque é que eu não faria com os vocês? Eis o velho ditado: Aqui se fala, aqui se ouve! Me adequei à sociedade local.



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