sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Fato verídico em terceira pessoa

Sabe quando você finalmente encontra seu grande amor e ficam juntos para sempre? Nem eu, por isso não vou abordar esse assunto. A felizarda que vos conta não é muita dada aos romantismos da vida, até porque ao nascer lhe foi rogada a praga da encalhadez que decidiu seu destino até seus vividos dezoito. Devido aos seus frequentes problemas com memória, não há muito o que falar sobre sua noite anterior, tudo que sabe é que está sozinha, abandonada e esquecida pelos seus familiares. Que dó! Só não permanece em solidão profunda porque tem aos espíritos que adentraram sua casa e que ali permanecem provocando ruídos estranhos pelos quartos, fora isso só se ouve o barulho dos ventos uivantes e dos morcegos escondidos nos cantos escuros de sua humilde residência cercada de uma floresta linda e macabra à luz do luar. Pensa em assistir, talvez, Amelie Poulain pela trigésima vez, mas permanece num estado inerte de preguiça contínua e tristeza alcoólica, então prefere ficar acompanhada por Zeca Baleiro, em suas músicas melancólicas. No máximo pensa em trocar Zeca por Chico, o que desencadearia uma tremenda tragédia para seus sentimentos. Chico já foi catalogado como censura em momentos assim, a influência de Chico sobre sua vida em momentos mórbidos como esse é, sem dúvidas,  devastadora... Nem se atreveria! Talvez Amelie Poulain seria a solução, mas pra não decorar as falas, veria dessa vez em aramaico, já que em inglês e francês Amelie já ficou até roca, e dublado exigiria a paciência que não possui. A solução certamente está em parar de contrariar o destino traçado para tal sexta feira das desgraças, colocar Chico no último (de preferência Bastidores, Gota D'água ou Trocando em Miúdos), chorar até querer dormir e acordar bem disposta num sábado de sol feliz.    


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