quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Traços de uma semana no centro-oeste

Hoje faz uma semana que aterrissei nessas terras férteis e ricas do Mato Grosso que me renderão boas safras de dinheiro e é impressionante como a timidez tomou conta de mim de repente. Moro sozinha, o que pra mim é um alívio já que sou surtada com mania de limpeza e poderia cometer um assassinato facilmente se alguém deixasse um copo fora do lugar, mas o interessante daqui é que mesmo que cada um fique no seu quadrado, ninguém fica sozinho, exceto eu e minha timidez repentina. Por se tratar de um bairro universitário, existem espécies de "condomínios de quitinetes"  pra todos os lados, além de mercadinho, farmácia, sorveteria, pizzaria, bar, boteco, república, república, árvore, árvore, árvore, árvore, gato, gato, gato, gato (existe um número absurdo de felino procriando por essas bandas),  e todos são muito unidos, tenho certeza absoluta que cheguei a ver um gato unidíssimo à uma árvore ontem, quase uma cena proibida para menores (talvez eu tenha pesadelos com aquilo), as pessoas são muito simpáticas e atenciosas, alguns são preconceituosos como aquele encanador que me taxou como patricinha logo de cara sem nem me conhecer só porque sou loira, tava de vestido e sou de SP, bom... antes patricinha que puta, mas isso pra mim foi preconceito e não vi a menor graça, mal cheguei no Mato Grosso e fui alvo de preconceito por conta do meu Estado e aparência? E olha que eu tinha oferecido água, coca, suco e cadeira pro encanador hein, devia ter oferecido um tiro no meio da testa do sujeito também! Tirando o calor, aqui é perfeito e essa é a frase dita por todos os moradores de Rondonópolis, seja ele de SP, MG, TO, FDP, VSF, ETC, porque aqui tem gente de tudo que é canto. No meu "condomínio" tem gente de Goiás, Cuiabá, Tocantins, São Paulo, Paraibuna, e de outros lugares que eu ainda não sei devido ao fato que mencionei acima: uma timidez filha da puta tomou conta de mim e me fez ser uma decepção pro universo nessa semana que passou, mas to trabalhando nisso alcoolicamente falando (mentira). Tirando o calor (fase padrão) nada aqui me estressa, me irrita ou me deixa mal humorada, ontem foi o único dia que sofri de insônia, fui dormir às 4hs da manhã (o que aí em SP seria 5hs, existe um certo fuso horário) e por conta disso acordei super tarde hoje, mas já lavei roupa e tomei banho (na verdade lavei roupa no banho). Se eu fosse minha vizinha eu iria pensar que sou emo ou que morri dentro da minha casa, porque de dia eu quase nunca saio, não abro a janela, e mal abro a porta, pro ar-condicionado refrescar cada metro quadrado desse pequeno lar que chamo de meu, e não funciona muito na cozinha que vive um inferninho, mas meu quarto, aaaaaah meu quarto... é uma espécie de oásis no meio do deserto. Talvez a única coisa que me estresse um pouquinho (sempre tem que ter uma coisinha), é o chuveirinho do banheiro. Não sei porque é que inventaram aquela coisa inútil, quando eu era pequena podia até ser bacaninha, mas agora aquilo é um verdadeiro mártire durante o banho (tá, talvez eu tenha exagerado). Funciona assim, quando eu to finalmente relaxando numa boa, na aguinha fria de chuveiro que vive no desligado, aquele maldito chuveirinho escapa e voa água pra todo canto e IMPRESSIONANTE como ele sempre escapa quando eu tenho shampoo no cabelo, o que me faz levantar a cabeça rapidamente pra controlar a água desenfreada e o shampoo desce lentamente para meus lindos olhos. Esses dias quase tomei um tombo olímpico por conta do maldito chuveirinho inútil, mas fora o chuveirinho aqui tá bom demais, uai... Descobri também que a expressão "uai" não se restringe aos mineiros, os mato-grossenses são pioneiros nesse lance de "uai", cada ué meu é um uai deles, bacana isso uai. Também to ficando lenta, muito lenta, basicamente vegetativa por assim dizer. O calor faz essas coisas com a gente, deixa a gente mole, lerdo, lento, mongol, (os baianos que o digam) mas o calor infernal deixa a gente vegetativo. Meu vizinho me olhou com piedade agora pouco e me mandou uma sms dizendo: vida morgada essa sua hein! E não vou negar, não existe vida mais parada que essa minha por enquanto. Não sei se é a fase de adaptação, mas não faço absolutamente nada, só espero o dia acabar. Nunca pensei que diria isso, mas cairia bem a aula começar logo, meus neurônios estão atrofiando e isso não é normal pra quem não é dada à queimar um, to com neurônio queimado sem nem ter tido a brisa bacana que queima o neurônio. Injusto isso aí! Agora vou visitar a mãe do meu vizinho que é super bacana, ela às vezes me dá comida. (Não levem à sério, tem muita comida na minha geladeira hahaha foi só uma brincadeirinha). Fui! 

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