sábado, 24 de novembro de 2012

Primeiros dias de mato-grossense

Claro que não sou uma mato-grossense e nem serei uma tão logo já que nasci no interior de SP, mas como optei pelo desafio de viver como uma mato-grossense, cá estou eu num mato sem cachorro, mas com muitos gatos malhados (felinos mesmo ), os quais eu não posso alimentar de acordo com meu contrato de locação, mas que alimento mesmo assim. Após muita turbulência, uma quase queda de meu avião, alguns gritos de uns passageiros, e um piloto filho de uma égua, que deveria estar bêbado, aterrissamos, ou pior, quase chegamos ao núcleo da Terra após a tentativa falha de aterrissagem daquele piloto mal amado da Trip (falo mesmo, PÉSSIMA empresa aérea), e NÃO ESTAVA CALOR, isso mesmo, a temperatura estava por volta dos 27º C o que é normal na cidade pequenina e velha de Paris, logo pensei, opa, comecei bem com o clima... engano meu! Cheguei, chequei os móveis, me frustrei com o tamanho minúsculo de minha quitinete (acho que antes eu ainda não tinha me dado conta do que é de fato uma quitinet), e fui direto no ar condicionado! Ah, o ar-condicionado.... Acho que não existe invenção melhor nesse mundo, tenho plena certeza que foi uma mato-grossense à beira da loucura que inventou o célebre ar-condicionado. Liguei o tal! O tal ventilou, ventilou, ventilou, só ventilou, opa.... como assim só ventilou, porque cargas d’água meu ar condicionado tá só ventilando? E eu suando, suando pra valer! Nessa altura do campeonato, a temperatura já havia subido uns 10ºC! Me estressei. Se tem uma coisa que me estressa profundamente é o tal calor, e eu sei que escolhi o lugar errado pra viver por cinco anos já que detesto sol, mas detesto ainda mais um ano de cursinho. Acordei louca de emburrada, minha tromba atravessava a Bolívia e eu brava, muito brava, tomei um banho morno que estava com o chuveiro no gelado, por meia hora. Me desculpa meio ambiente, mas eu estava estressada demais pra pensar na natureza! Xinguei até a quadragésima quinta geração desse ar-condicionado e de quem me vendeu até descobrir que a errada era eu, eu é que não estava colocando na opção “+frio” que estava bem na minha fuça. Essas pessoas que vendem ar-condicionado deveriam começar a pensar seriamente em investir no aumento das letrinhas do aparelho. Meu quarto esfriou, fiquei feliz por um tempo, até mudei os poucos móveis de lugar, mas tive que sair cuidar da parte burocrática da coisa. DETESTO BUROCRACIA! Também odeio andar muito, agora junte na matemática (que eu também detesto): andar muito + no sol + resolver burocracias no Mato Grosso + calor infernal + Rua sem Ar Condicionado = Bárbara muito, mais muuuuuuito bravinha e estressada. Eu e minha mãe (que possui toda a paciência do mundo) pegamos um ônibus, descemos no lugar errado por minha culpa e andamos por meia hora deibaixo do sol. Depois andamos por mais vinte minutos por baixo de uma tempestade que nos deixou encharcada para chegar até o lugar que transfere a conta de água. Acontece que a leitura foi feita ontem e o MALDITO SISTEMA DO COMPUTADOR DA MOCINHA não deixou a gente transferir o negócio, ou seja, andamos esses cinquenta minutos no sol e chuva pra absolutamente nada! DETESTO BUROCRACIAS! Depois andamos mais meia hora embaixo do sol pós evaporação da chuva que choveu minutos antes (o ciclo da água ocorre realmente rápido por essas bandas quentes) para passar a energia para o meu nome, esperamos uns quarenta minutos na fila, mas foi ótimo porque havia ar condicionado e cadeira confortável no local... eu poderia passar o resto da vida ali numa boa! Depois de resolver pelo menos uma burocracia e já com o dia acabando, andamos mais meia hora e fomos à um atacadão que se chama ATACADÃO, parecidíssimo com o Tenda de sjc, lá tinha café e eu fiquei muito feliz com isso já que por aqui é super difícil encontrar café à tarde. Compramos umas coisas de dona de casa, e fomos na chuva novamente que provavelmente era fruto da evaporação da  outra chuva anterior daquela mesma tarde, até as Casas Bahia comprar um novo Notebook já que o meu morreu de vez. Enquanto eu olhava, minha mãe deu a célebre escapadela de sempre, na qual ela me deixa com todas as compras e some por ai, foi até a Pernambucanas que ficava longe dali e nós estamos no Mato Grosso e não em SJC. Após meia hora de espera, peguei todas as compras pesadas e saí na chuva atrás da Pernambucanas e da minha mãe que haviam sumido, eu estava muito, muito, muito brava, mas precisava de um notebook, então um sorriso logo tomou conta do meu rosto. Compramos e esperamos mais uma hora na fila com ar condicionado, só que de pé, o que não foi muito bacana pra quem passou o dia inteiro andando, e voltamos pra minha casa, my place, meu barraco, comemos e eu capotei com toda a dor de cabeça e ância do mundo... Depois acordei de madrugada com uns loucos ouvindo musica altíssima. Deviam ser alguns adolescentes usufruindo de suas sexta-feira e então voltei a dormir. Acordei às 7hs tomei um banho, café, lavei roupa e sofri preconceito de um mato-grossense, isso mesmo, eu fui alvo de preconceito nessa bela cidade, mas isso é assunto pra uma próxima postagem, agora vou ver se arrumo a senha da internet. Fui!

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