sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Guia prático para sobreviver no vermelho.


Por mais que você negue, gargalhe da flagelisse do seu primo (que vive endividado) sem lembrar do velho ditado: "quem ri por último..", pense que nunca adoecerá desse mal horrendo que obrigatoriamente te suga as disposições de sábado a noite te fazendo ficar em casa por falta de um mísero tostão, jure que nunca irá se emocionar quando encontrar 5 reais perdidos em seu bolso... O vermelho sempre te alcançará! SEMPRE. E é por conta dessa minha experiência sórdida e deprimente que agora, do nada, sem resenhas ou rascunhos, nem ideias fantásticas ou engraçadas, elaborarei um pequeno guia prático sobre como sobreviver a algumas experiências radicais e novas nessa fase de classe média endividada que apareceu esporadicamente sem ser convidada. 

(Importante ressaltar que todas as dicas aqui mencionadas, foram idealizadas à partir de estudos reflexivos de alto calão e fatos verídicos deprimentes, ocorrentes nesses últimos três meses da minha vida de flagelo.)

DICAS PARA SUPERAR A PINDAÍBA, boa sorte! 

1 - Guia prático para se andar no shopping, no vermelho (e não se trata de tapete vermelho porque você é importante, se trata do vermelho negativado na sua conta, até porque você não é tão importante para os outros que não seja a sua mãe. No máximo, pode-se dizer que trata-se do vermelho de raiva que você fica sem grana):
Dói né andar no shopping e ver aquele consumismo adoidado, desnecessário se alastrando pelas bolsas victor hugo que não são suas, ver aqueles vestidos zara longos e lindos saindo nos braços de um outro alguém que não é você, ver aqueles sapatos de grife sapateando na sua cara de vontade. Mas tudo bem, nada é tão ruim que não possa piorar, você sobrevive... Nada que uma pizza enrolada de R$1,50 na americanas não dê jeito, é uma amarrada só no estômago praquele sorrisão de desconforto estomacal aparecer em seu rosto suado de quem teve que andar bastante pra evitar gastar com bus. Você deve estabelecer alguns critérios em sua vida de pindaíba ao ir no shopping, como por exemplo, colocar em prática o velho hábito de apenas olhar pra frente custe o que custar, nunca, JAMAIS, dê sequer uma espiadinha de canto de olho naquela sua loja adorada, porque nós somos fortes e não somos sadomasoquistas! Quando a vontade dessas lojas chegar forte, corra pro calçadão, porém, como o custo de vida anda meio alto até por aquelas bandas (sem dinheiro, até o Divino teria custo de vida alto), não vá muito alvoroçado às compras, porque no fim do mês, seu cartão certamente te dará um tapão servido no meio da sua cara de endividado. Respire fundo, abrace o produto, sugue a vontade de tê-lo com seu pensamento e não com seu dinheiro e vá embora com suas mãos abanando, no fim das contas você se sentirá vitorioso. 

2- Guia prático para se virar no sábado à noite: 
Nos embalos de sábado à noite, opte por não ir imediatamente ao barzinho de costume que te cobra uma fortuna só pelo couver, pense em fazer uma pequena parada antes, como um programinha novo, desses gostosos que seu primo que bebe corote com coca faz. Nada é tão ruim que a bebida não dê jeito! Se arrume que nem diva, se vista para matar e saia como se fosse jantar com Jude Law em algum point de L.A, não precisa ser apressada, quanto mais você demorar a sair, mais bêbadas estarão as pessoas na rua e mais relapsas também, o que te deixará livre para poder fazer aquela seu pit stop. O tal pit stop nada mais é que uma parada discreta num bar fuleiro, porém barato, onde você beberá tudo o que iria beber no barzinho careiro, mas pela metade do preço. Isso tudo é jogada de empreendedor, meu bem, tem que saber onde aplicar e quando aplicar. (Claro que se você soubesse como aplicar, você não estaria nessa situação lamentável agora, mas força na peruca e salto no pé, mesmo que do calçadão!). Arrisque uma caipirinha normal uma vez na vida e não uma daquelas que você é acostumado a beber que provavelmente venha líquidos de ouro, devido ao preço absuuuuuurdo, ou então como faria uma amiga, entorne o fogo paulista mesmo e já era, deixa a felicidade fluir e bora pro barzinho de costume, pagar apenas o couver. Economia é tudo nessa vida.  

3- Guia prático para locomoção:
Caso você não tenha carro moto ou uma alma boa que te dê carona pra balada, não opte por táxi, estudos recentes indicam que vem crescendo continuamente o índice de assaltos à mão desarmada pelos taxistas da grande Paraibuna. Ontem ouvi que um deles cobrou 20 reais pra levar uma menina do centro ao cuba, quase uma extorsão. Se você tem pernas, abuse do chinelinho na bolsa e caminhe até a festa, depois você coloca seu chinelinho havaianas branco com alça azul de 2001 na bolsa e sobe no salto. Se você não tem pernas, abuse de sua cadeira de rodas, aproveite as descidas, pegue embalo e chegue mais rápido na festa, apenas tome cuidado com seu penteado, ninguém gosta de um cabelo embaraçado pós ventania doida. Se você tem carro, pegue um pouquinho de gasolina emprestado do vizinho com um pedaço de mangueira cortada também do vizinho, se você tem moto, vá de moto porque é super econômica e ótima. Mas vá! Não deixe que a pindaíba acabe com sua festa.

Sem escolhas, entrei no clima de corte de gastos de corpo, alma e bolso. Siga as dicas e sobreviva você também!

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