sábado, 2 de março de 2013

Crise dos dezoito

Você percebe que sua vida está mudando quando de repente você se pega pensando em utilizar o dinheiro extra do seu aniversário para comprar um ferro de passar, um liquidificador e panelas. Falando sério, nunca pensei que um dia eu acabaria no Mato Grosso, morando sozinha e tendo que comprar mantimentos, pedir água, gás, pagar contas, fazer faxina, lavar roupas, pagar a fatura assustadora do cartão de crédito, entre outras coisas atordoantes que cansam qualquer indivíduo com menos de trinta anos que gosta de descansar. Bons tempos aqueles em que minha mãe tinha que resolver absolutamente tudo e eu só precisava viver! No início as novidades são sempre surpreendentes e empolgantes, no início tudo são realmente flores, você pensa que sua vida será do jeitinho que você sempre quis, sem cobranças, sem gente te atazanando, sem lembranças do passado, uma nova vida, e realmente é por um tempo até os fantasmas voltarem a te assombrar, até a engenharia esbofetear sua face, até as pessoas começarem a ser pessoas e o mar de rosas ir por água abaixo. Ai que dó que me dá dessa minha ingenuidade e inexperiência de vida nesses momentos, logo eu que pensava já ter visto tudo, estou agora imersa nesse imenso mártire momentâneo de crise existencial. Essa é a vida me dando lições e me mostrando que por mais que eu queira moldá-la como bem entender, na realidade é ela que me leva, me molda, me espanca, me afaga, me sufoca. Com dezoito me sinto uma dona de casa perdida e solitária que vive pensando "Por onde começar?" em meio à tanta desordem, desastre e desconcerto. Com dezoito me sinto velha e louca, com dezoito me sinto com dezoito, até porque sempre me disseram, eu é que não quis acreditar, mas a vida de verdade, realmente começa à partir dos dezoito. 




Agora deixa disso menina, comece a minimizar a desordem pelo seu quarto e cozinha que certamente ultrapassam a desordem da sua vida. JÁ! 

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